19.9.17


Surreal




"Surreal é a minha vida,
Engolindo sentimentos e tendo de ser forte,
Cada lágrima derramada seguida de um " podia ser pior, seja grata".
Pior?
Sou filha de ninguém com qualquer coisa,
Misturada e enlatada num coiero de amor pagão.
Crescida ali, entre arranhão, arranha céu, cola de sapateiro e frutas apodrecidas,
Correndo pelo parque onde o estuprador espreita e
Olhando pela vão da janela a liberdade das prostitutas.
Me via nelas, sem nem ao menos ainda ter sido tocada.
Desejava a liberdade
De ao menos poder ser alguém.
Sem sentido ?
Pra que sentido?
"Fecha a tampa desse caixão e vem cá,
Dorme mais um pouco no meu colo, que logo eu também vou".
Pra que sentindo?
Fecha a tampa desse caixão e sai pra lá!
Ali não!
Sai daqui!!!
Caindo de colo em colo até ter de ser um,
Sem saber
Nem amar...
Chorando e engolindo a dor
Para a falsa ingratidão não surgir.
Dia após dia, na pose da mais alta diva, suportando o
Desrespeito que devora, a
Mágoa que não passa, o
Distanciamento dilacerante.
E a dor de costume vem e vai.
Surreal é minha vida!
De tantos começos e fins
Antes mesmo de começar.
Acabo por ter essa ânsia
De recomeços eternos
De finais certeiros,
Não por consciência,
Mas por vivência pura.
Surreal é minha vida,
E eu nem sei se sei amar..."

(((I - vai se fuder tudo!)))

18.11.16

Hipnus



Mais uma noite sem você 
Hipnus
Tua ausência rouba meus sentidos 
Me leva pra dor
Aquela dor de velar meus mortos
Na calada da noite
De revirar o passado
E chorar.
Pela vida que não tive
E pela que tive também.
Tem muita luz aqui dentro
Mas manter ela acesa 
É tarefa árdua 
Pra tanto espinho descarado
Me furando lentamente 
Dia após dia.
Pra tanta lágrima...
É muito aperto no peito 
Inquietação na alma
E saudades do que não aconteceu.
É um fardo pesado pra uma mocinha
Que não soube como crescer
Em meio de tantos conflitos internos
E tantas perdas...
Os olhos marejados 
Vão comigo até o fim.


Mãe...pq me abandonaste?

15.11.16

Caminho 

Tem tanto chão nesse mundo,
Tanta rotatória pra fazer...
Tem Atlântico e Pacífico, 
Tem mar morto e Hawai.
Que a roda da fortuna e do destino 
Vire a bússola pro lado do mar.
Que chegue breve , que venha clara a ideia.
E que não me falte o ar
Nem a Luz
Nem os braços pra repousar ❤


Photo- LiciaVaghi



Meias maneiras


                                                           Photo -LíciaVaghi



Metade da tarde ainda não é dia cheio

Metade de dois às vezes é bem mais que mais um só.


Meio desabafo não é liberdade de discursos inteiro.


Meia tonelada não é nem de perto o total do milhão.


Cortar na metade divide, coopera e fica sem par.


Não cruza, nem volta, não sabe nem como, não sabe lidar.


Metade de mim ainda respira uma velha canção,


Mas apago num trago pra não sufocar com o que não é mais não.


Pedaços inteiros de uma metade de um coração,


Sem chão, sem coberta , já quase sem métrica e sem circulação.


Me dá só metade do que lhe couber e uma moeda pro céu.


Completo com vinho e acendo um leve se vc quiser.


(((I)))







14.11.16

Complemento de um pensamento...



"Ela disposta... ele rancor 
Ela coragem... ele na dor 
Ela presente... ele "ainda é cedo"
Ela querendo... ele com medo
Pra ela diferenças que fazem pulsar...
Pra ele desconfortos que fazem vazar..."

(((I)))

Eu voltei!












...assim que é. ..


"A alma prevê
O cérebro assusta e assiste.
O coração pede
O corpo não aguenta!
A pele chama
O sabor alerta
O cheiro invade ...
É quando o cheiro invade, o cheiro dos poros...cru, animal,
É nessa hora que o caminho de volta fica nublado.
Mas que intenção voltar?  A intenção é
Fazer pernoite
Nesse colo que me prende sem saber
Da força que tem."


(((I)))

23.6.14

"Enquanto  a engrenagem funciona
O corpo colhe os frutos da homeostasia
Mas o coração. .. ah...esse é tinhoso!
Com seu sistema marcapasso independente
Faz com que a máquina todo se afogue em seu querer.
E a caminhada
Nessa montanha íngreme
Desgasta os sapatos
Cria calos nos pés
Divide  a alma em dois
Dois pedaços de si mesmo
Que não se encontram por não saberem pra onde olhar..."

(((I)))


23.4.12



Vaza!



"Sai de dentro desse espelho
que eu já tô de saco cheio de você aí parada.
Vai rodar, vai andar
Vai vadiar 
Mas sai daí.
Porque aí é o lugar 
onde você deve se enxergar
não onde você deve morar.
Vai que tua asa já tá grande, 
tuas pernas descansadas
e teu coração faminto.
Sai de dentro dessa lâmina
mas não foge, leva o mapa
traça a meta 
e VAI menina!"


(((I)))

2.2.12

Céu escuro


" Entre o turbilhão de possibilidades que um dia traz 
é no silêncio da noite que encontro minha calmaria...
e os reflexos de horas mal vividas
que carrego em meus ombros como um peso morto,
se esvaem em um estalo 
quando a noite vem.
Sobras e vestígios se vão,
novo brilho que a lua impõe.
Um último inspirar salvador
que enche de vida a alma,
que acalenta
o coração.

Então tudo finda
e o sol nasce,
iluminando tudo
menos a mim.
                             (((I)))




19.1.12

Confusão



Antes de excitar
antes mesmo de ferver,
A busca primitiva
sempre se embasou ali,
naquele lugar onde mora o sentimento.

Sabe disfarçar,
Engana o próprio espelho
e chora,
lágrima impar,
Sozinha como não poderia deixar de ser.

E por mais que renegue, por mais que se cegue
No fundo
[não tão profundo]
Ela só quer amar.

(((I)))

3.1.12

Dá-me o carinho que não te dei







"Difícil ouvir de alguém 
que tanto mal te fez,
que tanta dor lhe causou e que
mesmo assim
[você]
insiste na permanência
(como uma chama de esperança com ar de não sei o que.....)
Ouvir dessa boca
"Tu não me trata bem
não me trata bem, meu bem..."
Aqui fica o que? Nesse peito dilacerado
um coração partido
um bater sem vigor
uma ausência de sabor...
Novamente, e novamente
Diariamente
nessa rota circular."




(((I)))

11.10.11

Noites infindas!

Tão nervosa..


Fase muito tensa....esse vestibular está sendo algo tão grande dentro de mim.... tantas mudanças virão depois dele que nem sei bem como digeri-las ... Me sinto amarrada por pensamentos medrosos nas noites insólitas....

Coloquei uma força nisso tudo...uma energia tão grande e tão certeira.... como se não fosse possível haver nenhum tipo de desvio de rota. Não é!

Tento nessa reta final me apegar às lembranças de um ano inteiro de pura confiança e certeza.... O estranho é que é essa certeza que está me embrulhando o estômago. 

Um desespero de felicidade. Acho que só consigo traduzir meu sentimento assim....

Coragem, força, confiança, certeza! É isso que peço em minhas orações. Peça por mim, se puder.

Meu desejo é altruísta. A medicina!   Intrínseca à minha alma, como se nada nesse mundo fosse mais importante do que conseguir transformar a dor em sua ausência. 

Talvez seja uma forma inconsciente de aprender a curar minhas feridas mal cicatrizadas.... e compreendê-las finalmente.

6.4.11

Last Dance

"Não há música para essa dança."


A altura do abismo
está diretamente ligada ao tamanho do passo
e da ideia.

Só de se esperar
(nada mágico,
  apenas o óbvio normal),
ao se deparar com a ausência de tudo
a vida torna-se um vão cheio de desespero.
Procurar o necessário
é apenas
a procura da sobrevivência.

Não julgue o que não lhe faz falta.
Respeite o respeito que mantenho por mim.



(((I)))




18.3.11

O Baú das Grandes Novidades.

    São tratos, promessas, palavras. São pedaços de crença, pura e simples, que ficam guardadas dentro daquele baú, onde só se guarda o que se quer. Ele fica no centro da sala, como um troféu. É exibido com orgulho, sem pudor, sem dor.

   Quem chega à sala sempre é convidado: "-Olá, posso lhe mostrar meu baú de coisas lindas. Quer ver?". E, com um sorriso estampado na face, o baú é aberto. Os olhos de seu dono brilham, como se refletissem ouro. A tampa, aberta lentamente, não faz barulho;  um som de flauta doce se propaga naquele cômodo. Um perfume de alfazema exala forte e intenso, tornando todo o ambiente um lugar de paz. Quando a tampa já não encobre mais seu conteúdo, novamente  um convite: "Pronto, aqui estão minhas coisas lindas. Queira se aproximar, para vê-las em sua plenitude. Isso, venha, não precisa ter receio,  te dou minha mão. Será bom, será mágico."

   O suor escorre na testa. Ao se aproximar daquele caixote (não pode ser chamado de baú...por Deus!) de madeira  pobre e podre, um ar frio toma conta de todo o ser. Nada nunca se mostrou tão terrivelmente gelado antes! Como se as calotas polares derretessem aos seus pés. As curiosas janelas d'alma então se arriscam fitar o interior da caixa miserável. A boca cala, a respiração involuntariamente cessa por alguns segundos. Os olhos, a princípio esbugalhados de terror, dão lugar as salgadas e intensas lágrimas. Não havia outra forma de olhar aquilo. Os pêlos se levantam, o corpo todo treme. Um desmaio é ensaiado, porém, antes que aquela força tome conta, os pés guiam para fora daquela sala, daquela casa, daquela presença.  Na mente então um monólogo se inicia.
   "-Quanta tristeza e angústia. Quanta escuridão pôde ser vista. Marcas de açoite e lama, marcas de dentes e sangue. Nenhuma cicatriz fechada e limpa. Beleza alguma.  Ao se deparar com suas imundices, as trancou nessa cela, e criou uma cobertura de sonhos para escondê-las. Cada pedaço morto de vida que tinha, cada grão e cada cor; fantasiou ser tudo magnífico, desde o que tinha em sí como o que recebia de outrém. Pobre alma."

    Fugiu então dali. Só pensava em chegar em seu lugar, seu recanto,seu ninho. Correu, para não ter que esperar mais. Ao abrir a porta, o coração se acalmou. Um copo d'agua, um banho, e aquelas horríveis imagens tinham se dissipado. Sentou-se então confortavelmente em seu sofá. E olhou, demoradamente para aquele baú, que se encontrava no centro da sala como um troféu, exibido com orgulho, sem pudor, sem dor. Sorriu e cegou.
    "-Olá, posso lhe mostrar meu baú de coisas lindas. Quer ver?" ...


((( I )))





...Cada um tem o seu!


11.2.11

Fé.

Tranquei aqui dentro
a vontade de voltar atrás.
Aguardando que junto aos seus passos
minhas pegadas também possam ficar.
Registradas
porém não estáticas
 em uma história,
em uma vida.
Na nossa.
Espero trancada.
Sem clausura,
mas com fé.

(((I, so sad...)))






Unsealed on a porch a letter sat.
Then you said, "I wanna leave it again."
Once I saw her on a beach of weathered sand.
And on the sand I wanna leave it again.
On a weekend I wanna wish it all away
And they called and I said that "I want what I said" and then I call out
again.
And the reason oughta' leave her calm, I know.
I said "I know what I were not a box or the bag."

Ah yeah, can you see them out on the porch? Yeah, but they don't wave.
I see them round the front way. 
And I know, and I know I don't want to stay.
Make me cry.




10.2.11

The secret in the Hole




                                                                                                            
Dentro deste buraco,
lugar de luz alguma,
Nada cresce, nada trai.

Cicatrizes se formam
mas é impossível enxerga-las.
Somente o tato vê aqui!
Ele inebria-se com a superfície
de uma cara pálida
de olhos cegos
que não conhecem o sol.

As pedras dominam o paladar
que de tão insípido tornou-se nada.
Não adianta abrir a boca
gosto nenhum existe mais.

A pele sua,
cachoeira de puro sangue e sal.
Treme e arrepia a cada inspiração.
Descama e arde no breu daqui.

Não tem saída
não tem entrada
Só a presença intrínseca
que o torna real.
                                 
(((I)))

Noites que não tem fim ...







8.2.11

Boneca destruída.

As músicas são janelas da Alma de poetas, que conseguem colocar uma melodia em situações que todo coração sente!

Hoje apenas isso pode me traduzir com fidelidade!





Sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta meu desejo
Tente me obrigar a fazer o que não quero
E você vai logo ver o que acontece.
Acho que entendo o que você quis me dizer
Mas existem outras coisas.
Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade,
Tudo está perdido mas existem possibilidades.
Tínhamos a idéia, mas você mudou os planos
Tínhamos um plano, você mudou de idéia
Já passou, já passou - quem sabe outro dia.
Antes eu sonhava, agora já não durmo
Quando foi que competimos pela primeira vez?
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe
Não entendo terrorismo, falávamos de amizade.
Não estou mais interessado no que sinto
Não acredito em nada além do que duvido
Você espera respostas que eu não tenho mas
Não vou brigar por causa disso
Até penso duas vezes se você quiser ficar.
Minha laranjeira verde, por que está tão prateada?
Foi da lua dessa noite, do sereno da madrugada
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço
Enquanto o caos segue em frente
Com toda a calma do mundo.


E hoje, nada me traduz mais do que essas....




Às vezes parecia

Que de tanto acreditar
Em tudo que achávamos
Tão certo...

Teríamos o mundo inteiro

E até um pouco mais
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços
De vidro...

Mas percebo agora

Que o teu sorriso
Vem diferente
Quase parecendo te ferir...

Não queria te ver assim

Quero a tua força
Como era antes
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada...

Às vezes parecia

Que era só improvisar
E o mundo então seria
Um livro aberto...

Até chegar o dia

Em que tentamos ter demais
Vendendo fácil
O que não tinha preço...

Eu sei é tudo sem sentido

Quero ter alguém
Com quem conversar
Alguém que depois
Não use o que eu disse
Contra mim...

Nada mais vai me ferir

É que eu já me acostumei
Com a estrada errada
Que eu segui
E com a minha própria lei...

Tenho o que ficou

E tenho sorte até demais
Como sei que tens também...


Emocionalmente exausta, internamente destruída. Mas Tô aqui!